Prefeitura participa de audiência pública sobre renovação da concessão da malha ferroviária em Bauru

José Manoel Ferreira Gonçalves, também se mostrou radicalmente contra a antecipação da concessão

Realizada nesta sexta-feira (08), audiência pública para discutir a proposta de renovação da concessão da malha ferroviária paulista, incluindo o trecho de Bauru, à Rumo Logística. O prazo da atual concessão só vence em dezembro de 2028, mas a empresa pede a antecipação da renovação, comprometendo-se em realizar obras de ampliação da capacidade do transporte de cargas e de resolução de conflitos urbanos nas cidades paulistas que são cortadas pela ferrovia.
O representante da Rumo, Rodrigo Bernardino, disse que, com a renovação da concessão, a malha paulista receberá um investimento de R$ 7 bilhões nos próximos cinco anos, recursos suficientes para dobrar a capacidade de transporte de grãos, de 35 milhões para 70 milhões de toneladas/ano. Alguns dos representantes de empresas parceiras defendem a renovação da concessão como única forma de receber investimentos para a remodelação do sistema. “Há três anos perdemos R$ 4 bilhões de investimentos de uma empresa chinesa, justamente porque não tínhamos garantida a concessão de longo prazo”, disse Luis Antonio Sola, diretor da Transfesa.
O procurador da República, André Libonetti criticou duramente a postura da Rumo de não tomar providências com relação ao inquérito já instaurado pelo MP por conta de construções irregulares de viaduto de terra armada. “Se não houver estudo para decidir quem vai adaptar essas passagens de nível, estudos de impacto viário, urbanístico e ambientação eu ajuizarei uma ação pública contra a renovação da concessão”, afirmou Libonatti.
O representante da Ferro Frente, José Manoel Ferreira Gonçalves, também se mostrou radicalmente contra a antecipação da concessão, porque entende que a Rumo não tem projetos que contemplem investimentos num ferrovia mais moderna, que traga mais progresso para as cidades. “A Rumo quer renovar a concessão, mas está devendo multas altíssimas; tem um trecho de cinco mil quilômetros de ferrovia e só usa dois mil, sem contar trechos com trilhos e eletrificações abandonadas, o que eu considero um crime”, disse Gonçalves.
Por parte da Prefeitura, o Secretário de Obras Sidnei Rodrigues detalhou os pontos principais de passagem de linha que impactam no tráfego: Avenida Comendador José da Silva Martha, Rua São Sebastião, Ponte Ayrton Senna, Rua Antônio Alves e Rua Aymorés. Além de interligações entre bairros, viadutos, travessias em nível e sob a linha férrea que afetam o sistema de drenagem. Entre as propostas para amenizar o problema, Rodrigues apontou a construção de mais passagens, ciclovias e manutenção de taludes e espera que a empresa faça a recuperação e manutenção de viadutos e serviços de limpeza ao longo da linha ferroviária que corta a cidade.
Já o secretário de Saúde, José Eduardo Fogolin disse que entende a importância histórica da Ferrovia, mas ressaltou que há muitos problemas ligados à malha ferroviária local, como por exemplo, os criadouros do mosquito da dengue em vagões abandonados, descarrilamentos e acidentes que provocam vazamentos, contaminando o meio ambiente. “Há necessidade de investimento maior na malha ferroviária para que ela seja robusta, mas, ao mesmo tempo, temos de previnir questões sociais, ambientais e sanitárias”, concluiu Fogolin.
Estiveram presentes, representando a Prefeitura, os secretários municipais José Eduardo Fogolin (Saúde) Sidnei Rodrigues (Obras), Rick Ferreira (Cultura), Aline Fogolin (Desenvolvimento Econômico) e Natasha Lamônica (Planejamento), representando a titular da pasta, Letícia Kirchner.

Fonte: Metrô CPTM

Texto: Ricardo Meier

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